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Neste artigo, você vai entender o conceito de produtividade e desempenho econômico da cria e como aplicá-lo na sua fazenda.
Produtividade é a relação entre os resultados gerados e os recursos utilizados para se conquistar uma produção.
Usando a pecuária de cria como exemplo, existem fazendas que, com um rebanho de 100 matrizes, desmamam 68 bezerros, enquanto outras chegam a desmamar 82. Olhando os mesmos números sob outra perspectiva, podemos notar que, para desmamar 100 bezerros, a fazenda menos eficiente precisaria de 147 matrizes, enquanto a mais produtiva consegue a mesma quantidade de bezerros com 122 matrizes, ou seja, 25 a menos. Além de se produzir mais com menos, como exemplificado, o êxito também é pautado em fazer em menor tempo.
A precocidade reprodutiva reduz a idade a primeira monta e, como consequência, a idade ao primeiro parto e, assim, o faturamento chega antes. A famosa frase é “bezerro um ano mais cedo”.
Na verdade, apesar de um grande ganho, esse não é o maior benefício, mas sim a alteração da arquitetura do rebanho. Chamo de arquitetura a distribuição proporcional das diferentes categorias. Numa propriedade de cria com matrizes em monta aos três anos de idade, existem 3 lotes de novilhas em recria: as recém desmamadas, as de 12 a 24 meses e as de 24 a 36 meses.
Pode parecer longínquo, mas ainda se encontram propriedades com este perfil. Nos projetos com idade a primeira monta (IPM) próxima aos 24 meses, a fazenda tem dois lotes e, nas fazendas com monta de 14 meses, temos apenas um lote em recria. A proporção de matrizes em produção sobre o total de fêmeas existentes na fazenda é completamente diferente, sendo de 57%, 67% e 80% para as de 14, 24 e 36 meses de IPM, respectivamente. O “motor cria” cresce proporcionalmente com a precocidade reprodutiva do rebanho.
Como muito bem diriam os executivos do mercado financeiro, o papel do gestor é sempre monetizar os ativos. Numa fazenda temos dois ativos principais, a terra e o rebanho. Quanto maior a proporção de resultado em relação a estes ativos, melhor o desempenho deste gestor.
Em uma análise mais direta, o ponto central é o quanto de dinheiro gero pela quantidade de dinheiro estocado de gado. Nesta filosofia, além da maior proporção de fêmea em produção, entra outro ponto de grande relevância e muito pouco explorado nos debates sobre a precocidade reprodutiva: os machos. Isso mesmo, os irmãos das fêmeas precoces têm, naturalmente, maior capacidade genética de serem mais pesados e abatidos mais cedo, o famoso 20@ com 20 meses. O efeito da combinação de idade a primeira monta e ao abate configura a estrutura do rebanho, como pode ser observado na tabela abaixo.
Tabela 1. Proporção das matrizes sobre o rebanho total em diferentes idades a primeira monta e idade ao abate, em fazendas de ciclo completo.
Quanto menor a IPM e a idade ao abate, maior a proporção de matrizes sobre o rebanho total na fazenda. Numa propriedade onde os abates ocorrem aos 20 meses e a idade a primeira monta, aos 14, as matrizes representam 48% do total de animais.
Neste caso, para a venda anual de 100 cabeças, necessitamos de um rebanho médio próximo a 270 cabeças. No extremo da combinação apresentada, 30 meses de IPM e 36 meses ao abate, são necessárias mais de 400 cabeças para uma venda anual de 100. O que é mais produtivo, precisar de 270 ou de 400 cabeças em estoque para cada 100 vendidas?
Possivelmente, você pode estar se perguntando quanto custa tudo isso e quanto eu posso ganhar. Afinal, entourar uma fêmea aos 14 meses exige investimento.
A questão ideal para qualquer decisão econômica não é SE vale a pena ou não, e sim, QUANDO vale a pena. Para ter êxito na jornada da precocidade reprodutiva é preciso, essencialmente, de dois elementos chaves: peso e genética. Já medimos desempenho de 33% a 87% de fertilidade em fêmeas aos 14 meses de IPM. Quanto aos custos, registramos entre R$ 778,00 e R$ 2.030,00 nos 7 meses de recria, ou seja, “água e vinho”.
A fertilidade somada os custos de recria definem quanto de dinheiro é gerado (ou consumido) neste processo.
Em todas as avaliações econômicas, precisamos analisar as receitas e as despesas. Indo direto ao ponto, o lote com 14 meses de IPM precisa de 7 meses de recria, enquanto os de 24, precisam de 17 meses. Em média, as fazendas gastam R$ 60/cab/mês nesta recria, o que significa R$ 60 x 17 meses = R$ 1.020,00.
Esse mesmo valor aplicado em 7 meses (recria das precoces) seria equivalente a R$145,7/mês, ou seja, tem-se um orçamento cab/mês próximo a duas vezes e meia o modelo de 24 meses. Este é o ponto de partida para o desenho da estratégia nutricional. A antecipação de receita pela venda dos bezerros um ano antes, que permite operar economicamente com vantagens, mesmo com desembolso 30% superior ao citado acima.
Analisando o aspecto direto (custo x resultado), tem-se uma equivalência de resultado entre a IMP de 24 e 14 meses quando a fertilidade das precoces é próxima a 60% de prenhez.
Quando o índice de fertilidade supera 70%, o resultado entregue pelas precoces supera em mais de 50% o modelo tradicional e posiciona as fazendas entre as TOPs rentáveis do Instituto Inttegra.
Estes números mostram com clareza que se deve, inicialmente, inserir no rebanho o gene da precocidade e, quando ele estiver presente, exerce-se o direito de usá-lo com nutrição avançada e nunca o contrário. Por outro lado, uma estratégia nutricional mal elaborada (cara) somada à ausência do gene da precocidade é a combinação certeira para a perda de dinheiro.
Os processos avançados de produção pecuária devem ser instituídos por etapas e com ciclos contínuos de aprendizado. Apenas se colhem os benefícios da tecnologia quando ela é implantada com excelência, afinal o lucro não acompanha a ineficiência.
Houve um tempo em que as fêmeas de 24 meses em monta eram consideradas precoces, depois as de 18 meses e, agora, as de 14 meses. É certo que, em breve, passaremos a chamar as “precocinhas” de novilhas em monta e que, todas aquelas acima desta idade, serão as tardias.
Tão certo quanto touros provados e IATF, a precocidade é definitivamente a ferramenta que levará a cria para outros patamares de resultado econômico porque, no final das contas, produtividade é fazer mais com menos e em menor tempo.
Fonte: Elanco
13 de Outubro de 2021
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