CLUBE FAZENDA NOTA 10! INICIATIVA AJUDARÁ QUEM NÃO CONSEGUE MEDIR OS NÚMEROS DO REBANHO
11 de Outubro de 2023
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29 de Março de 2019
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27 de Maio de 2020
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26 de Abril de 2022
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Onde estão os fertilizantes e corretivos; sementes e tratamentos e defensivos em geral. O agricultor conhece muito bem esses itens e seus números. Na média, ele gasta R$2.002 ha/mês com os insumos. Os agricultores que mais rentabilizaram no ano de exercício do benchmarking, aqueles que chamamos de “top rentáveis”, gastaram R$1.929 ha/mês, ou seja, algo muito próximo da média, apenas 4% de diferença. Concluímos que a média é representativa nesse item e todos estão muito alinhados.
Incluímos todos os custos relacionados ao maquinário para os tratos culturais. Seria tudo o que está por trás do cálculo de hora máquina. Nesse ponto, a média foi de R$659 ha/mês, porém, diferente do item anterior, há uma economia de 24% do “top rentáveis” se comparado com a média.
Reúne o gasto com administração, taxas e impostos, mão de obra e manutenções de infraestruturas. Quem mais ganhou dinheiro no último ano de exercício, os “top rentáveis”, economizaram 45% em manutenção, 26% em mão de obra e 36% em taxas e impostos. Na tabela 1 apresento um resumo dos cálculos referente ao gasto ao mês: TABELA 1. Desembolso com custos agrícolas ao mês. Fonte: Instituto Inttegra de Métricas Pecuárias (safra 2018/2019) Perceba que somando o segundo e terceiro conjuntos, o custo médio é praticamente os mesmos R$2 mil que ele gasta com o pacote de insumos. Mesmo sendo equivalente, por experiência e também me baseando nos dados de variação, tenho a certeza de que não há a mesma dedicação no controle do segundo e terceiro item como ele tem no primeiro. É isso que quero deixar claro quando digo que o agricultor precisa também “olhar para o que não vê”.
Quem gosta de cultivar a terra concentra a maior parte de seus esforços no primeiro item, porém, é onde se tem menor oportunidade para a economia atualmente, já que há um padrão muito bem definido e organizado. Os protocolos de produção estão estabelecidos, difundidos e são mais parametrizáveis. Por outro lado, nos outros dois setores, o abismo é maior entre quem ganha dinheiro ou não na atividade, o que nos leva a crer que é algo com menor rigor de controle, ou a diferença seria menor. São itens que o agricultor não presta atenção com a mesma intensidade em seu dia a dia, pois o seu foco está no primeiro grupo. Quando defendo que ele deve olhar para o 50% que ele não vê, é exatamente isso. A metade de seu custo não está sendo controlada na casa da vírgula. É claro que ele precisa estar atento a uma subida repentina do dólar, pois isso reflete nos fertilizantes, por exemplo, porém, o mesmo comportamento deve se refletir ao analisar sua folha de pagamento ou aos custos da hora/máquina. Eles abocanham da mesma forma! Tem gente que pensa que os insumos são como mordidas de tubarões e a equipe como peixes menores, ledo engano! Ao extrapolar seu rigor para os dois outros grupos terá grandes oportunidades financeiras. Como os números escancaram onde o agricultor tem que colocar sua atenção, aprofundo ainda mais. Pensando em mão de obra, por exemplo, a variação média de hectares plantados por funcionário é muito grande. Na mesma cultura, os “top rentáveis” tem 199 ha/funcionário, quando a média está em 132 ha/ funcionário. Isso significa que dois produtores, com uma área de mil hectares, quem está na média precisará de 2,5 funcionários mais do que o top rentável, um custo fixo a mais. Há ainda quem consiga ter 245 ha/funcionário, são os que chamamos “top dos indicadores”.
Quando defendo que os números “rasgam o verbo” é porque vivemos isso em nosso dia a dia. Eles evidenciam que a nossa realidade está longe de ser perfeita e previsível. Cada vez estou mais convicto de que a única certeza que temos é que as coisas mudam. Pela padronização dos tratos culturais, temos a impressão rasa de que a média dos dados da agricultura representa a realidade da maioria, mas isso não é verdade. Na última safra, 2018/2019, a média na soja, por exemplo, foi de - R$875 ha/ano, sendo que as 10% top rentáveis atingiram R$1.374 ha/ano. Ainda na soja, se fizermos a mesma comparação para desembolso constatamos que a média das fazendas gastou quase o dobro das “top rentáveis”. Ao compararmos os gráficos de resultado e desembolso, representados na figura 1, fica nítido o peso da falta de cuidado com os custos no resultado final. Quem ganhou menos, gastou mais. Parece obvio falar isso, mas às vezes não nos damos conta de que o obvio se aplica a nossa realidade. Figura 1. Desembolso com custos agrícolas ao mês. Fonte: Instituto Inttegra de Métricas Pecuárias (safra 2018/2019) Acreditamos que a meta principal deva ser sempre em sacas de resultado. Os números mostram que a média de cinco anos deva ser superior a 12 sc/ha, 20 sc/ha e 30 sc/ha para soja, milho safrinha e milho verão. Sem desgrudar o olho do desembolso, nossos cálculos apontam que na agricultura convencional ele deve buscar a seguinte produtividade: ▶ Soja – acima de 60 sacas/ha. ▶ Milho safrinha – acima de 100 sacas/ha. ▶ Milho verão – acima de 150 sacas/ha. Perseguindo esses números, há mais chance de êxito. A estatística mostra que esse é o limite que separou os mais rentáveis dos que não conseguiram o mesmo resultado. Portanto, nas promessas de ano novo não se esqueça de incluir: mesmo rigor de atenção a todos os grupos de custo da fazenda e produtividade mínima como sugerido. Com essas metas, o impacto será grande e rápido.
9 de Março de 2020