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Ele deve desenraizar atitudes que fazem mal ao negócio e para isso vale uma autoanálise, sincera, para os cinco traços listados abaixo. Analise e fuja deles:      Negação: É própria dos que recebem informação sobre um novo produto ou técnica, mas com a perspectiva de que “isso não é para mim”; “aqui não dá por que sou pequeno” ou “não funcionaria para um grande projeto como o meu”.  Ao negar perde-se uma oportunidade de desenvolvimento.   Triste é aquele que nega a partir de uma experiência mal sucedida, sem analisar os processos anteriores que o levaram a má experiência. Pior, quando o erro nem é interno, mas de um vizinho no qual pouco se sabe sobre as reais dificuldades enfrentadas. Só vence a negação quem traz luz e informação sobre a tecnologia oferecida, como também para a experiência negativa vivenciada. A informação, a partir dos números, é a mola de transformação nesses casos.   Arrogância: É aquele que não ouve ninguém: a equipe, consultores, técnicos, fornecedores, artigos técnicos ou os sinais evidentes do mercado. Ele é soberano, pois aprendeu assim, sempre fez assim e não está aberto à mudança. É preciso reconhecer que existem contribuições que podem ser implantadas para benefício do projeto e essa ideia, não necessariamente, vem da cabeça do proprietário ou seu líder. O sucesso é feito de contribuições de todos! Os mais tradicionalistas sofrem com essa dificuldade de aceitação.   Complacência: Está entre os que têm a certeza de que o sucesso passado garante o futuro. Complacência é querer manter os mesmos comportamentos e atingir os mesmos resultados em um ambiente que não é mais o mesmo. A pecuária não é mais a mesma!   Um bom exemplo é o tratamento da equipe, no qual a autoridade tinha mais poder do que o espírito participativo. Com certeza, essa não é a melhor forma, pois há uma nova geração de pessoas, nas quais a realização própria, ou aquilo que os motiva, não depende unicamente do sustento, mas de outros valores. Eles querem fazer parte do processo. É preciso reavaliar esse tipo de comportamento. Diferente da negação, a complacência está em sustentar algo que funcionou a vida toda, sem buscar uma atualização.   Dependência da competência: Tem coisas que a gente faz bem e outras faz melhor. É preciso focar no que se faz melhor, sem deixar de crescer, também, nas outras atividades. Com a diversificação, há uma diminuição do risco.   Há maior competitividade entre aqueles que conseguem atuar em várias frentes. O mesmo para a equipe. Ela não pode depender do conhecimento de uma única pessoa. É preciso incentivar a liderança em todos os níveis, com disseminação de informação e transparência. Dessa forma, a fazenda não dependerá de uma única pessoa muito boa, mas terá muitas pessoas boas.   Além disso, contar com mais de um colaborador conhecendo o projeto garante que mais de uma cabeça esteja atenta e pensando nos resultados. Também existem as questões trabalhistas nas quais é preciso cumprir as folgas e férias e mesmo nesses momentos a fazenda precisa seguir no mesmo passo. Foi-se o tempo, em que se ganhava a copa com um único jogador!   Obsessão por volume: Essa é a característica mais ocorrente, principalmente, entre os jovens gestores. Cada vez mais temos a certeza de que a maior lucratividade não é resultado do aumento de lotação, mas em conseguir o maior ganho de peso por animal com boa lotação. A métrica é simples: há fazendas eficientes que desmamam 800 bezerros com mil matrizes e outras que desmamam os mesmos 800 bezerros, porém, com 1.300 fêmeas.  O que vale a pena? Eficiência ou volume? Não tenho dúvida que é a eficiência, pois o volume dá uma falsa ideia de patrimônio, que corrói a lucratividade com o passar do tempo. A obsessão por volume é um câncer na pecuária atual.   Escrevo esse artigo de forma provocativa, pois é hora de parar e pensar.   Identificamos pelo menos três desses hábitos nas fazendas que estão perdendo dinheiro. Para refletir, é preciso valer-se dos números, pois eles escancaram a realidade.   Muitas vezes, por estar bem e ter uma caminhonete na garagem o pecuarista não se dá conta de que seu patrimônio não cobre seu endividamento. Por outro lado, não valoriza um colaborador que lhe dá retorno, pois não tem um comparativo de resultados de trabalho entre pessoas.   Os números trazem transparência e direção ao negócio pecuário. E dentre eles, sugiro algumas referências:   • A fazendas que perdem dinheiro tem um custo fixo de R$22,19 por cabeça/mês, enquanto que as lucrativas apresentam custo fixo de R$16,00 por cabeça/mês   • Para o ganho médio diário global, ou seja, no ciclo completo, teve prejuízo quem não chegou a 360 gramas por animal ao dia.  As que mais ganharam dinheiro ultrapassaram os 470 gramas por animal ao dia.   • Na divisão de equipe, as fazendas menos lucrativas têm escritórios inchados e menos pessoas no campo, em média apenas 41,7% da equipe está no campo. Para as mais lucrativas, a equipe de campo chega a 70%.   • A taxa de interna de retorno é de 0,25% ao mês para as fazendas menos eficientes, mas há quem supere os 2% ao mês.   Muitas podem ser as referências, dependem do tipo de negócio e da meta do produtor, mas o mais importante é avaliar e ir contra a esses comportamentos que não fazem mais parte da nova pecuária. Essa pecuária que se solidifica eficiente e empresarial, ainda mais, após 2017.

15 de Dezembro de 2017

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Inttegra
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