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Nos levantamentos de benchmarking lançados anualmente pelo Inttegra, a avaliação é, de maneira geral, dividida entre fazendas de cria, de recria e engorda e de ciclo completo. Excepcionalmente no levantamento da safra 2019/20, o instituto decidiu separar as propriedades de recria e engorda em duas categorias: abaixo e acima das mil hectares de área de pastagem.
O diretor do Inttegra, Antônio Chaker, zootecnista e mestre em produção animal, explicou a decisão. “Porque esse ano nós tivemos volume suficiente para estudar estatisticamente e individualmente cada fazenda. Eu não posso chegar aqui para você e contar a história de duas, três, quatro, cinco, seis, dez fazendas aqui. Eu preciso chegar com números poderosos de 50, 50, de 80 propriedades porque aí eu sei que eu estou falando de algo que realmente aconteceu. Por isso que hoje a gente consegue separar cria, ciclo completo e recria e engorda de fazendas grandes e fazendas menores que mil hectares”, contextualizou.
E por que existe diferença? Segundo Chaker, é “porque conforme menor é a propriedade, você tem um outro tipo de operação, de proximidade da liderança. As fazendas maiores, naturalmente, têm, além da dimensão diferente, um dia a dia distinto em que se tem menores lotações. Então existe o benchmarking de referência para fazendas de cada tipo. Agora vou apresentar para vocês os números das fazendas de engorda superiores a mil hectares”, especificou.
Segundo Chaker, enquanto na média as fazendas de recria e engorda com mais de mil hectares de área de pastagem apresentaram resultado de R$ 257,00 por hectare, as top 30% mais rentáveis se aproximaram dos R$ 1.000,00.
“Nós estamos falando de, na média, propriedades de R$ 257 por hectare, […] o que não é muito, pelo contrário, nós achamos que é pouco, por sinal. Porém, o (pecuarista) profissional, o craque, a pessoa que vive, trabalha diariamente para ser melhor a cada dia, que é o top rentável, ganhou próximo a R$ 1.000,00 por hectare – ganhou R$ 973 por hectare. Foi o resultado dessas fazendas de recria e engorda em mais de mil hectares de área de pastagem”, celebrou.
INDICADORES DE RESULTADO
Chaker destacou os principais indicadores de resultado da fazenda. “Essas fazendas entregaram não só quase R$ 1.000 por hectare, mas outros resultados incríveis. Como, por exemplo, 5% sobre o que vale a terra. Se você vem acompanhando a terceira temporada (do quadro especial Dicas do Chaker), nós vínhamos falando de uma referência de 4%. E essas propriedades mandaram 5% ao ano sobre o que vale a terra. E uma terra valorizando em média mais 7, 8 ou 9%, então eu tenho mais do que 10% sobre o meu patrimônio. Além disso, são propriedades que ganharam 25,7% sobre o que vale o rebanho. A eficiência do uso de dinheiro, ou a taxa interna de retorno foi de 1,8% ao mês. Que delícia ver esse número na pecuária!”, comemorou o consultor.
“Retorno sobre investimento operacional, […] que é o que eu ganhei sobre tudo o que eu gastei, […] de 13%. A margem sobre a venda na arroba produzida, ou seja, quanto eu ganhei sobre a produção dessa arroba, distância entre receita e despesa, foi de 47,5%. E essas propriedades caprichosas, profissionais, produziram uma arroba de R$ 95,06. Então você tem aí uma arroba produzida a menos de R$ 100”, concluiu.
O especialista também revelou quais foram os indicadores responsáveis por conduzir as fazendas ao resultado de quase R$ 1.000,00 por hectare.
“Tudo isso só acontece quando e por quê? Quando, naturalmente, nós temos uma meta de desembolso de, no máximo, 60% do que eu faturo e produzindo 16@ por hectare. Um ganho médio diário global dos animais superior a 550 gramas por dia. ‘Ah, mas meu boi ganha pouco, meu pasto está degradado’. Se você quer ser top rentável, seu pasto tem que ser produtivo e seu boi tem que ganhar mais peso, acima de 550 gramas, buscando, pelo menos, 555 gramas. ‘Mas isso eu não tenho ainda’. Então monte um projeto de quadriênio que em quatro anos você pode mudar tudo. O que não pode é ficar parado. Mais ação e menos preocupação”, incentivou.
Chaker continuou. “Lotação a pasto de 1,38 UA/ha. Lotação global, que é o pasto mais confinamento, de 1,5 UA/ha. E essas fazendas gastaram R$ 5,00 em pastagem, R$ 27,63 em nutrição com, no máximo, 39% no grande vilão, que é o custo fixo. Uma mão de obra de R$8,28 por cabeça ao mês, ou seja, essas fazendas gastam menos mão de obra que as demais porque usam melhor a equipe da propriedade, com um funcionário para cada 998 cabeças, faturando R$ 623.000,00 por funcionário ao ano”, concluiu.
“Essa é a combinação que você deve perseguir, esse é o rastro que as fazendas top rentáveis de recria e engorda acima de mil hectares deixaram para gente”, resumiu o consultor.
Fonte: Giro do boi
25 de Janeiro de 2021
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