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Na pecuária, produtividade só faz sentido se vier acompanhada de margem

Teve início nesta terça, dia 12, mais uma temporada da série especial “Dicas do Chaker”, com recomendações de gestão do zootecnista Antonio Chaker, mestre em produção animal e diretor do Inttegra. Ao todo serão mais 12 episódios em que o embaixador de conteúdo do Giro do Boi vai trazer orientações que levem ao aumento de rentabilidade para fazendas de pecuária de corte.

No primeiro episódio da nova temporada, Chaker tratou do tema “não crie boi, crie margem”. O especialista garante que é preciso focar na margem de produtividade, que nada mais é que a distância entre a receita e a despesa. Chaker ensina a calcular essa margem utilizando porcentagens para as diferentes fases da pecuária: a ideal para a cria é de 35%, de recria e engorda 20% e do ciclo completo 30%.

A margem deve vir antes que o volume. […] De que vale ter uma produtividade maravilhosa se tudo que eu faturo eu também gastei?”, indagou.

O consultor começou indicando o cálculo da margem da recria e engorda. “Se eu abato um boi de 20 arrobas a R$ 200,00 por arroba, esse boi vale R$ 4.000,00. Acabei de dizer que a margem ideal […] deve ser construída, no caso da recria e engorda, em cima de 20%. Ou seja, 20% num boi de R$ 4.000,00 são R$ 800,00. Então o que eu devo buscar aqui? […] Eu tenho que tirar R$ 4.000,00, menos os R$ 800,00, menos os R$ 1.600,00 que eu pago no bezerro. Esta é a quantidade de dinheiro que eu posso gastar com esse animal”, ensinou o zootecnista.

Já no ciclo completo, Chaker disse que, como não há reposição, a margem é maior, chegando a 30% de referência. “Eu tenho uma margem maior, mas naturalmente eu tenho um potencial de produção individual menor porque na recria e engorda, todos os animais são uma célula de produção. É natural uma fazenda de recria e engorda produzir mais arrobas por hectare do que numa fazenda de ciclo completo, até porque a vaca produz através do seu bezerro. Quando a vaca é adulta, ela não ganha peso. Então o que eu tenho? Eu tenho uma produção – tecnicamente nos níveis ótimos – um pouquinho inferior (se comparada à de) uma fazenda específica de recria e engorda […], porém eu tenho uma margem maior, e bem maior, afinal, esses 30%”, ponderou.

Depois de explicar a diferença, Chaker passou a detalhar o cálculo de margem de uma fazenda de ciclo completo. “Eu tenho minha receita, e é sensacional você poder operar, por exemplo, o caso do ciclo completo, em que a previsibilidade de receita é muito grande. Você sabe que você vai vender, você sabe o que você vai produzir. Então, baseado na minha receita do ciclo completo, onde eu vendo boi, vendo novilhagarrotevacas de descarte, eu vou aplicar a margem de 30%. Eu posso gastar 70%. Podendo gastar estes 70%, eu crio meu processo de produção baseado neste orçamento. Eu vou chegar para o meu técnico, para o meu gerente e dizer ‘olhe, vamos faturar R$ 1 milhão, podemos gastar R$ 700 mil. Dê uma ideia boa de como gastar estes R$ 700 mil durante esta safra’”, ilustrou.

Por fim, Chaker ajudou o criador a encontrar a fórmula para chegar à sua margem. “No caso da cria, seguindo esta lógica, eu passo a ter uma margem até superior. A maior margem da pecuária está na cria. Lembrem que o resultado é margem x volume, então você tem uma margem maior, tende a ter um volume menor de arrobas por hectare. Até porque na recria e engorda eu abato um animal com 550 kg e, na cria, eu vendo um bezerro de 180, 200, 240 kg, mais a vaca descarte. Então eu tenho uma mudança, porém eu tenho uma margem maravilhosa de 35%, e aplica-se esta mesma linha de raciocínio”, informou.

“Boi não pode apenas ganhar peso, a vaca não pode apenas produzir um bezerro, eles têm que fazer isto sempre seguindo esta orientação de margem. Para que fique até mais detalhado, no caso da recria e engorda, de 15% a 20%. No caso do ciclo completo, de 25% a 30%. E no caso só da cria, de 30% a 35% de margem”, concluiu.

Fonte: Giro do Boi.  https://www.girodoboi.com.br/videos/dicas-do-chaker/na-pecuaria-produtividade-so-faz-sentido-se-vier-acompanhada-de-margem/

20 de Maio de 2020

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Inttegra
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