Gestão, Tecnologia e Sustentabilidade: A Nova Arquitetura da Pecuária Brasileira
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Nos últimos anos, a pecuária brasileira avançou por uma transformação silenciosa e profunda. Se antes eficiência era associada ao olhar experiente do gestor e ao manejo tradicional, hoje o cenário é outro: dados, tecnologia e gestão estruturada se tornaram os pilares das operações mais lucrativas do país. Entre elas, destaca-se a operação que conquistou o Top 01 Nacional no Benchmarking Inttegra, representante de um novo modelo de produção, mais técnico, mais sustentável e mais rentável.
Este caso não é um ponto fora da curva, mas o retrato fiel de um movimento crescente dentro do campo brasileiro. A adoção de sistemas inteligentes, indicadores de desempenho e processos precisos está redefinindo a forma como a pecuária se organiza, produz e gera valor. O resultado? Evolução contínua, previsibilidade e margens robustas mesmo frente às adversidades de mercado.
A série histórica dessa operação revela algo raro: consistência. Por cinco safras consecutivas, ela manteve níveis de excelência no indicador BEA , Bem-Estar Animal, variando de 91,9% a 92,8% entre as safras 20/21 e 23/24. Na safra 23/24, esse desempenho a levou ao primeiro lugar nacional e regional no Benchmarking Inttegra, um dos principais levantamentos de gestão pecuária do Brasil.
Mesmo em 24/25, um ano mais desafiador para boa parte das propriedades brasileiras, a operação se manteve entre as seis mais eficientes do país, alcançando 89,7% no BEA. Em um setor onde variações de clima, preço e custo podem distorcer resultados, manter-se no topo por tantos anos demonstra a força de uma cultura consolidada de gestão.
Essa regularidade não acontece por acaso. Ela é resultado de três pilares centrais:
1. Cultura de manejo técnico e bem-estar
Treinamentos constantes, protocolos bem definidos, rotina disciplinada de checks e cuidados com o rebanho garantem saúde, desempenho e previsibilidade.
2. Sustentabilidade como prática diária
Melhorias de solo e pastagens, redução de emissões, respeito aos limites ambientais e integração de práticas regenerativas fazem parte da estratégia operacional, não são ações pontuais.
3. Gestão baseada em dados
Metas claras, indicadores monitorados diariamente e decisões rápidas baseadas em evidências consolidaram um ambiente onde cada ação tem propósito e retorno mensurável.
Um dos diferenciais da operação está na adoção da tecnologia. Ele centraliza dados, organiza processos e oferece ao gestor uma visão total da fazenda: produção, manejo, custo, desempenho animal, margem e riscos.
A tecnologia deixou de ser uma ferramenta auxiliar e se tornou um motor de eficiência. Na prática, isso significa:
Informações em tempo real para tomada de decisão;
Alertas sobre desvios de desempenho;
Integração entre dados de campo e gestão financeira;
Priorização de ações que realmente movem os indicadores;
Visão histórica que permite corrigir rotas antes que o problema cresça.
A tecnologia, porém, só produz impacto quando existe uma cultura capaz de absorvê-la. E esse é um dos grandes méritos da operação: processos maduros e uma equipe treinada para transformar informação em valor econômico.
Os números da safra 24/25 reforçam, com objetividade, o efeito da combinação entre gestão e tecnologia.
Desempenho produtivo: muito acima da média
Ganho Médio Diário (GMD): 1,166 kg/dia, contra 0,706 kg/dia do grupo de referência.
→ 65,2% superior.
Lotação: 5,50 UA/ha, frente a 3,16 UA/ha do benchmark.
→ 74,1% superior.
Produção por hectare: 91,5 @/ha, praticamente o dobro das 46,4 @/ha da referência.
→ +97,2% de produtividade.
Esses indicadores comprovam que eficiência animal e gestão de pasto caminham juntas, e que decisões corretas, tomadas no tempo certo, produzem resultados exponenciais.
Desempenho econômico: custo menor, margem maior
Desembolso por arroba: R$ 193,09, contra R$ 197,07 da média comparada.
→ 2% mais eficiente.
Margem sobre venda: 36,9%, versus 34,4% da referência.
→ 7,3% superior.
Isso só é possível quando existe controle absoluto sobre os fatores produtivos e financeiros.
O grande mérito dessa operação não está apenas nos números, mas na visão estratégica que sustenta esses resultados. A fazenda entendeu cedo que o futuro da pecuária não seria guiado por intuição, e sim por:
Enquanto muitas fazendas ainda iniciam a implementação de tecnologias, essa operação já consolidou um ambiente de gestão profissional, onde cada colaborador compreende seu papel e onde a informação flui com precisão.
A consistência dos resultados ao longo das safras reforça que o progresso não é obra de um ano bom, mas de um sistema estruturado para aprender continuamente, ajustar rapidamente e evoluir sempre.
A experiência da operação mostra que produzir mais não significa agredir o ambiente. Pelo contrário:
produtividade exige equilíbrio ecológico, manejo adequado e uso inteligente dos recursos naturais.
Entre as práticas sustentáveis adotadas estão:
Ou seja, o caminho da sustentabilidade não reduz a eficiência, ele a potencializa.
O caso da operação líder no Benchmarking Inttegra demonstra que não existe futuro rentável no campo sem gestão e tecnologia.
A evolução das últimas safras, a robustez dos indicadores e a maturidade dos processos mostram que:
a pecuária brasileira tem enorme potencial;
o produtor que mede, compara e decide baseado em dados prospera;
tecnologia é ponte direta para mais produtividade e mais margem;
sustentabilidade é peça central da competitividade moderna.
Essa trajetória inspira outras operações a darem o próximo passo: transformar a fazenda em empresa, capaz de crescer de forma previsível, eficiente e responsável.
Se o Brasil aliar o conhecimento técnico ao uso inteligente de tecnologia, a pecuária nacional continuará liderando não só em escala, mas em qualidade, eficiência e sustentabilidade, exatamente como demonstra este caso de sucesso.
Rafaela Verdi
Zootecnista, especialista em Digital Business.
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